Município da Covilhã
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DESCOBRIR E EXPERIENCIAR COVILHÃ

A partir do verão de 2021, a população covilhanense terá a oportunidade de participar num leque diversificado de eventos culturais de acesso livre, com uma programação que se estenderá até 2022. As experiências culturais proporcionadas e promovidas em diferentes espaços públicos da cidade, foram organizadas no âmbito da candidatura “DESCOBRIR E EXPERIENCIAR NOVOS TERRITÓRIOS – Estarreja/ Aveiro/ Covilhã”, apresentada à Programação Cultural em Rede e financiada por fundos comunitários. A candidatura sugere novas experiências de visita ao território focadas no seu património material e imaterial, transformando espaços públicos em novos palcos culturais e artísticos no perímetro urbano. Neste sentido, foram criados roteiros específicos para visitar e experienciar, que abrangem os 3 municípios promotores da candidatura e criam pontes entre os ativos patrimoniais específicos de cada lugar.
A Candidatura “DESCOBRIR E EXPERIÊNCIAR COVILHÔ responde à necessidade dar visibilidade a elementos singulares que caracterizam o território dos três municípios pelo que, enquanto programa cultural, articula consequente e criteriosamente os recursos endógenos, sejam eles materiais, imateriais, físicos ou humanos. A nível cultural, a Candidatura presta um forte contributo para a dinamização das economias locais, pela sua capacidade de acrescentar valor à cultura e ao património existentes e por, simultaneamente, contribuir para a captação de um segmento turístico em franca expansão: o turismo cultural. A integração dos eventos culturais em contextos urbanos e não urbanos em simultâneo, permite valorizar transversalmente diferentes tipologias de património material ou imaterial do território, potenciando o usufruto da arte em locais públicos de acesso livre e procurando manter uma relação direta entre o espetáculo/ação e o contexto espacial em que se insere. Ao mesmo tempo, este tipo de eventos permite fortalecer a dinâmica entre as artes, o público e a economia local (comércio, hotelaria, restauração e serviços), sendo também capaz de estimular a economia da região através da atração do turismo e da aposta em produtos culturais diferenciadores.
 

No passado dia 27 de junho, a Covilhã acolheu a poética sonora de Joana Guerra e do seu violino. A violoncelista, compositora, performer, artista e bailarina foi acolhida pelo público covilhanense, proporcionando um concerto organicamente enquadrado e fundido com os espaços da cidade. Quando atua, Joana Guerra nunca está sozinha: acompanham-na a intuição, a curiosidade, a experimentação e a generosidade (partes integrantes de si e do seu processo artístico), bem como um leque de anteriores experiências e de vibrantes participações em diversas áreas artísticas. Com um percurso multifacetado, do erudito ao noise, das caves de Lisboa às salas europeias, é com o projeto a solo que trouxe à Covilhã que Joana Guerra tem consolidado o seu nome a nível nacional e internacional. Joana Guerra conta já com três discos editados, entre eles o aclamado Cavalos Vapor (2016), no qual tece melodias hipnóticas nas cordas do seu violoncelo. A sua voz é uma entidade etérea, que paira sobre as canções como um chamamento onírico, exercendo um efeito encantatório sobre a plateia e lembrando que, apesar dos tempos que vivemos, a beleza artística é um escape possível e pode ser invocada.

Dia 21 de julho de 2021, o público covilhanense teve o privilégio de assistir a um espetáculo protagonizado por elementos da companhia Teatro SÓ. O espetáculo poético reflete sobre uma temática contemporânea e uma fase da vida particularmente sensível: a velhice. Por aparente falta de tempo, em nome do progresso e do ritmo de evolução da sociedade e das rotinas, os idosos são frequentemente esquecidos e abandonados. Veem as portas frechar-se diante da possibilidade de novos sucessos, conquistas e entregas a uma atividade, ocupação ou trabalho. Ao longo dos anos, os seus dias resumem-se ao vaguear pela cidade, à espera que algo de novo aconteça e contemplando o passar do tempo. Os espetáculos da companhia Teatro SÓ chamam a atenção para a beleza do envelhecer, num grito de urgência que ecoa a necessidade de proporcionar um envelhecimento ativo e a continuação da participação cívica, social e emocional dos idosos, reintegrando-os nas dinâmicas das suas comunidades. No fundo, possibilitar aos idosos a vivência plena e realizada de uma nova fase das suas vidas, de forma adaptada aos seus cuidados e limitações. O Teatro SÓ apresenta uma peça que coloca o carinho, a emoção, o amor e a poesia das imagens em primeiro plano, sem recurso a texto falado e combatendo os estigmas frequentemente associados à velhice. Foi um espetáculo de grandes dimensões, com um forte impacto visual no espaço público circundante e na memória dos espetadores.
 

No dia 22 de julho de 2021, o público covilhanense foi surpreendido por uma inusitada carrinha, estacionada junto a um movimentado espaço da cidade. Na traseira do veículo, encontrava-se montada uma pequena plateia. Os espetadores, curiosos, reparam: a carrinha está cheia, até ao topo, de caixas, caixotes e caixinhas, rigorosamente organizadas e catalogadas. É na organização e reorganização destes caixotes que a cenografia do espetáculo se vai transformando: os aglomerados de volumes sugerem, de repente, uma cidade, criando espaço para as marionetas e objetos que, saídos de cada caixa/cubículo, fazem a sua aparição e contribuem para a construção da história. Este é o ponto de partida para “Qubim”, o espetáculo apresentado pela Trupe Fandanga (Circolando) na cidade da Covilhã.
 

“O GAJO” nasce em Lisboa na primavera de 2016, pelas mãos de João Morais, músico desde 1988. O seu intuito é ligar a música que produz a Portugal, o país que o viu nascer. Nesse âmbito, 30 anos depois de começar a tocar guitarra, conhece em Beja a Viola Campaniça, um instrumento centenário de raiz tradicional e que faz parte da história cultural portuguesa. Também conhecida como Viola Alentejana, a Viola Campaniça era o instrumento musical usado para acompanhar os célebres cantares à desgarrada ou “cantes a despique”, nas festas e feiras do Alentejo. É a maior das violas portuguesas e possui 5 ordens de cordas, tocadas tradicionalmente de dedilhado, apenas com o polegar. João Morais fez viajar a sonância inconfundível da Viola Campaniça de Beja para Lisboa, explorando-a e imprimindo-lhe novas tonalidades, mas mantendo sempre intacta a sua portugalidade. As composições d’O GAJO soam a fado, mas não o são. Soam a música tradicional portuguesa, mas não o são. São um híbrido de heranças, inspirações e experimentações, expressas em cada um dos acordes tecidos pelas suas mãos. O GAJO toca música do mundo, para o mundo… E no passado dia 23 de julho de 2021, trouxe o mundo inteiro nos seus acordes ao público da Covilhã.

LIKA (de Angelica) é uma cantora, guitarrista e compositora internacional, natural do Cazaquistão e com carreira sediada em Lisboa. Foi no espetáculo que trouxe à Covilhã, no passado dia 24 de julho de 2021, que apresentou ao público o seu primeiro álbum de originais “Back to Zero”, misturado no LAFX e masterizado no Golden Mastering. A sua musicalidade mistura sonoridades de Groove e de Pop, com influências de Rock, Jazz, ou mesmo Funk dos anos 70. A música de LIKA já é uma música além-fronteiras, com originais cantados em inglês, português, russo ou cazaque, tendo vindo a contabilizar milhares de ouvintes espalhados por todos os continentes. 
 

Benjamin estreou-se na Covilhã no passado dia 6 de agosto de 2021. Regressado a Portugal em 2013, após quatro anos a viver em Londres, o escritor de canções colocou a guitarra de lado quando decidiu fazer as pazes com o seu instrumento de sempre, o piano, e com a sua antiga paixão: o velho e pouco fiável sintetizador Roland Jupiter 6. Conhecido como Benjamim, Luís Nunes é um músico e produtor português que ligou a caixa de ritmos ao gravador de cassetes e partiu para a maior aventura sónica da sua discografia.
 

No passado dia 27 de novembro de 2021, o Teatro Municipal da Covilhã teve o privilégio de receber um dos nomes incontornáveis do Novo Circo, João Paulo Santos, que apresentou a sua nova criação intitulada "Une Partie de Soi". Espetadores e artista partilharam o palco durante uma performance artística, poética e intimista. João Paulo Santos é um artista de circo contemporâneo especializado em mastro chinês, que estudou circo no Chapitô (Lisboa) e nas escolas francesas ENACR e CNAC. A inovadora forma de praticar e se expressar no mastro chinês levou-o rapidamente a ser considerado um mestre, recorrendo com frequência à dança, à acrobacia, ao vídeo e à emoção nos seus espetáculos. Em 2005 criou a sua própria companhia em conjunto com o músico francês Guillaume Dutrieux, denominada O Último Momento. As suas criações têm circulado pelo mundo inteiro e chamado a atenção pelo caráter inovador e capacidade técnica. Neste espetáculo, o artista regressa à fonte e mergulha ainda mais longe na transcrição de um movimento coreográfico potente e imaculado. Uma parte de si mesmo conta a história de um corpo, do ponto de vista de quem o habita e que mantém com esse corpo uma relação plena de respeito e de elevados padrões. É uma travessia vertical, seguindo a linha do mastro chinês, que mostra o homem além do esforço. Contar por dentro, com o tempo ao pormenor, com uma profunda sinceridade feita de tensão, num movimento quase aquático… Trata-se de uma imersão neste estado único de presença de um corpo que entra em cena.
 

No passado dia 3 de dezembro de 2021, Tó Trips, um dos mais reconhecidos músicos nacionais, apresentou o seu mais recente trabalho no Teatro Municipal da Covilhã: a banda sonora do filme “Surdina”, uma “tragicomédia minhota” realizada por Rodrigo Areias com argumento de Valter Hugo Mãe. “Surdina” trata da velhice, do amor, das memórias passadas e do que ainda resta para sonhar e amar quando a idade avança significativamente e o corpo se enfraquece. Tó Trips transpõe estas ideias para uma banda sonora que recorre ao compasso da guitarra clássica aliada à elétrica, com um som vincadamente nostálgico que recorda os Dead Combo. Tó Trips cria música tradicional e popular, associando-a à velhice retratada no filme. Se a imagem eterniza uma realidade que ainda hoje se vive – eclipsada pelo desenvolvimento que escorre da cidade – o som conta, por si só, uma história. Salienta a narrativa, acompanha-a, mas nunca se lhe sobrepõe. O artista encapsulou as rotinas citadinas – que ainda não se apagaram – na banda sonora original de “Surdina”, que ganhou forma física (e digital) num disco com o selo Revolve. Produzido pela Bando à Parte, o elenco de "Surdina" conta com nomes como António Durães, Ângela Marques, Ana Bustorff, Jorge Mota, Filomena Gigante, Clara Moreira, João Pedro Vaz e Rosa Quiroga. Durante o cine-concerto, Tó Trips interpretou ao vivo e na integra a banda sonora do filme.

No passado dia 23 de janeiro de 2022, o Teatro Municipal da Covilhã teve o privilégio de receber um dos pioneiros do stand-up comedy em Portugal e uma das mais (re)conhecidas e multifacetadas figuras do panorama artístico nacional. Pedro Tochas apresentou um espetáculo que deliciou todas as idades e no qual partilhou, com recurso à comédia, o que descobriu e o que ainda quer descobrir ao longo da sua vida, numa avaliação do que é ter quarenta e cinco anos na sociedade atual. Pequenas histórias, divagações e alucinações são a base deste espetáculo. Público e artista partilharam a informalidade de um momento que, na forma de uma conversa entre amigos, se tornou numa oportunidade para rir, refletir e descobrir o que vai na alma do artista de palco, que também se desdobra entre performer e artista de rua. Pedro Tochas fez a sua formação em teatro físico e comédia no Celebration Barn Theatre (USA) e Circomedia – Academy of Circus Arts and the Physical Theatre (UK), tendo vencido vários prémios em festivais internacionais de comédia e artes de rua, e participado em diversos programas de televisão. O seu trabalho tem deixado uma marca de qualidade em áreas artísticas como o novo circo, a mímica, o malabarismo e o teatro físico a nível nacional.
 
 

No passado dia 29 de janeiro de 2022, o Teatro Municipal da Covilhã teve o privilégio de receber Wim Mertens, uma das mais emblemáticas figuras da música contemporânea. O artista escolheu a Covilhã para inaugurar a sua digressão mundial que passará, também, por várias cidades de Espanha, Bélgica, Hungria e Países Baixos. Wim Mertens proporcionou ao público um espetáculo onde se recordaram, ao vivo, muitos dos seus aplaudidos clássicos, bem como outras peças inéditas que foram marcando as quatro décadas do seu longo percurso criativo. Inicialmente um musicólogo e produtor de rádio, Mertens estreou-se em 1980 com “For Amusement Only”, um trabalho eletrónico que usava exclusivamente sons de máquinas de flippers. Seguiram-se obras que rapidamente entrariam no seu role de celebrados clássicos, como são exemplos “Struggle for Pleasure” (1983) e “Maximizing the Audience” (1984). Nas décadas seguintes, Wim Mertens refinou a sua linguagem, compôs para diversos instrumentos e ensembles, e firmou o seu nome no panorama internacional com recitais regulares nas melhores salas, seja a solo, em pequenas formações, ou acompanhado por orquestras.

No passado dia 19 de fevereiro de 2022, o público do Teatro Municipal da Covilhã teve o privilégio de assistir ao espetáculo "Textures & Lines”, resultado de uma colaboração entre Drumming - Grupo de Percussão e a dupla bracarense de piano e eletrónica composta por Joana Gama e Luís Fernandes. O duo estreou-se em 2014 no Theatro Circo (Braga) e tem vindo a afirmar-se no panorama nacional pela sua sonoridade e estética tão características, bem visíveis nos trabalhos que realiza no âmbito do cinema ou através de colaborações artísticas. Neste espetáculo, Joana e Luís juntaram-se a Drumming GP na interpretação de importantes obras do seu repertório, explorando as potencialidades da simbiose entre a percussão, o piano e a música eletrónica, acompanhada pelos visuais de Pedro Maia e pela manipulação de vídeo em tempo real.

Dois mundos que se complementam num só palco: o circo e a música. No passado dia 26 de fevereiro de 2022, o público do Teatro Municipal da Covilhã assistiu ao divertido espetáculo “Orquestra de Malabares”. Dirigido a toda a família, o espetáculo reuniu em palco uma notável seleção ibérica de artistas circenses – seis malabaristas da companhia espanhola PistaCatro Produtora – acompanhados ao vivo por dezenas de músicos da Banda da Covilhã. Neste concerto único, realizado por alturas de Carnaval, os malabares foram os protagonistas de um bailado aéreo que preencheu o TMC. A acompanhar e musicar as suas acrobacias estiveram, também, os clarinetes, saxofones e os trompetes da Banda da Covilhã. Além de músicos, os elementos da Banda foram, ainda, atores e pintores de um quadro expressionista e multissensorial, onde foram interpretadas melodias no âmbito da música clássica, do funk, do punk, do blues e do pop. Uma miríade de instrumentos dourados, tambores, pratos, camisas, uniformes, bolas, malabares e aros desenharam no ar as emoções que a música e o circo têm transmitido, ao longo de gerações, a todos os que se propõem a envolver-se neste tipo de espetáculos.

Enquanto marionetista, Rui Sousa recupera as tradicionais artes das marionetas de fios, elevando-as a património vivo. Além de toda a atividade que desenvolve em teatros, auditórios e agrupamentos escolares, o artista é, também, uma presença assídua em muitos festivais de marionetas a nível nacional.  O seu espetáculo foi sendo aperfeiçoado desde a sua estreia em 2005, muito devido à interação com o público e à evolução da sua técnica e performance. A complexidade das próprias marionetas foi aumentando, surpreendendo o público com novos extras e habilidades. “Marionetas Musicais”, um espetáculo de marionetas clássicas de fios direcionado ao público infantil e às famílias, decorreu na tarde do passado dia 27 de fevereiro de 2022, na Praça do Município. Durante o espetáculo, o público embarcou numa viagem pelo planeta e pelas músicas e costumes de todo o mundo, onde o mote foi dado pela música e pela cor, materializadas em fabulosas marionetas de passistas de samba, capoeiristas, músicos tradicionais, cowboys, entre muitos outros.

O projeto "4 MÃOS", apresentado na Covilhã no passado dia 7 de abril, é um concerto que une o piano à magia do desenho com caneta digital – um trabalho em curso entre o pianista Filipe Raposo e o desenhador António Jorge Gonçalves, direcionado a toda a família. O espetáculo estreou no festival BIG BANG 2015 (CCB/Lisboa). Trabalhando a partir de um diálogo íntimo entre o desenho digital em tempo real e o piano, os artistas construíram um tipo de gramática que engloba tempo, estrutura, textura, abstração, evocação, emoção, que ecoa em cada uma das suas composições. A relação óbvia de amizade, bem como a paixão pela Arte e o diálogo que ambos estabelecem num ambiente de autêntica improvisação e espontaneidade, deslumbrou os espetadores, com cada performance a configurar-se como um ato único de cumplicidade em palco.
 

Esta exposição é constituída por 33 obras da Bienal Internacional de Cerâmica Artística de Aveiro, uma das mais relevantes manifestações culturais em Portugal e a nível internacional, no âmbito da produção de cerâmica artística. A XV edição da Bienal aconteceu entre 30 de outubro de 2021 e 30 de janeiro de 2022 e ambiciona continuar a contribuir, em edições futuras, para a produção de cerâmica artística contemporânea, através do estímulo à experimentação e à criatividade. 
No âmbito da candidatura “Descobrir e Experienciar Novos Territórios” (Aveiro / Estarreja / Covilhã), a Galeria António Lopes recebe, na Covilhã, esta exposição itinerante dedicada à cerâmica artística. As obras exprimem diversas abordagens técnicas e temáticas, linguagens e materiais, ao mesmo tempo que exprimem a inovação e a experimentação que tanto caracterizam a cerâmica contemporânea. É, por isso, um exemplo privilegiado de criação artística que compagina diferentes geografias e entendimentos do que significa, atualmente, ser artista.
 


O Homem em Catarse é o projeto a solo de Afonso Dorido, um dos artistas fundadores do projeto Indignu, que tem vindo a firmar um lugar próprio no contexto da música portuguesa contemporânea. Este projeto, apresentado na Covilhã a 31 de março, caracteriza-se como intenso, versátil e emocional. O Homem em Catarse surgiu em 2012 e conta já com vários álbuns publicados, merecedores de muitos elogios da crítica. O mais recente, Sete fontes (2021), foi o seu terceiro trabalho de longa-duração e resultou de uma residência artística no gnration (Braga).  Afonso Dorido começou a ter aulas de guitarra clássica aos 14 anos, altura a partir da qual se dedicou à formação nesse instrumento, complementada pelo gosto pela escrita e, em particular, pela poesia. Nos seus espetáculos sobressai o talento de explorar as cordas da guitarra, recorrendo a elas para musicar poesia de autoria própria, como são exemplos o EP Guarda-Rios ou o álbum Viagem Interior. Recentemente, e profundamente influenciado pelo contexto pandémico, o artista assumiu uma vertente multi-instrumentalista ao introduzir o piano e alguns elementos de eletrónica nas suas composições.
 

 EXPOSIÇÃO COMPANHIA DE MÚSICA TEATRAL
A Companhia de Música Teatral (CMT) explora os territórios férteis da criação, das relações entre formas de expressão, do desenvolvimento musical e da cooperação através da Música. Na exposição “Inventário dos Frutos #4”, o visitante imerge num espaço de aprendizagem e de inspiração. É proposta uma reflexão sobre Arte e Educação, sedimentada na apresentação de recursos sonoros de grande acessibilidade que criam uma teatralidade e um universo visual muito próprios. Algumas das propostas foram mostradas no primeiro “Inventário dos Frutos”, realizado na Fundação Calouste Gulbenkian (2014). As peças são pensadas para estimular e proporcionar a “experiência da arte” a partir de idades precoces. “Inventário dos Frutos #4”, patente no Teatro Municipal da Covilhã, é uma exposição de objetos cénico-sonoros, que propõe uma viagem livre pelo universo criativo e sensorial da CMT, desenvolvido ao longo de mais de vinte anos de atividade. Reúne uma seleção de objetos cénico-sonoros, criados no contexto de vários projetos artísticos e educativos da CMT, como Babelim, Jardim Interior, Dabo Domo, NOAH, Murmuratorium ou Mil Pássaros.
 


No passado dia 14 de maio de 2022, o Teatro Municipal da Covilhã acolheu o concerto de Jéssica Pina, um dos nomes promissores do panorama musical nacional. A compositora, instrumentista e cantora, natural de Alcácer do Sal e com raízes cabo-verdianas e angolanas, tem vindo a conquistar admiradores com o seu talento que, desde tenra idade, a colocou nos caminhos do seu instrumento de eleição: o trompete. O trilho percorrido até aqui, com formação jazzística, levou-a a ser convidada por Madonna a integrar o grupo de músicos da “MADAME X Tour”, que participou em mais de 80 concertos nos maiores palcos internacionais, nomeadamente em Nova Iorque, Los Angeles, Chicago, Las Vegas, Boston, Filadélfia, Miami, Lisboa, Londres e Paris. Após esta experiência, Jéssica Pina regressa a Portugal e investe no seu mais recente EP “Vento Novo”. Tem, entretanto, conquistado o público com atuações em cidades como Chaves, Vila Real, Ourém, São João da Madeira, Alcácer do Sal, Lisboa, Santarém e Madrid. No seu novo trabalho, a artista arrisca na composição e nos textos cantados por si, misturando influências do jazz com o R&B e as suas raízes africanas.

Este roteiro sonoro celebra a participação democrática, a diversidade e a inclusão, percorre dez obras realizadas no âmbito do WOOL. A cada obra corresponde uma paisagem sonora, tendo sido convidados vários músicos nacionais e internacionais e em conjunto criaram ambiências a partir de texturas recolhidas “in loco” na cidade da Covilhã. Foram utilizadas igualmente gravações captadas durante os processos criativos, pormenores, janelas auditivas, fragmentos, vozes e murmúrios.

O objetivo foi captar a aura que emana de cada obra e através deste roteiro transmitir o âmago do WOOL a cada ouvinte.

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https://soundcloud.com/wool-covilha-arte-urbana

Rota de Arquitetura da Covilhã – O Roteiro de Arquitetura da Covilhã pretendeu mapear as obras de arquitetura com interesse patrimonial mais significativas da cidade, desde a idade média até à atualidade. Foram selecionados imóveis de diversas tipologias (religiosos, industriais, residenciais…), assim como de estilos estéticos diversos (românico, barroco, arte nova…). O objetivo principal do Roteiro de Arquitetura da Covilhã passou por diversificar a proposta de visitação turística, fornecendo conteúdos aos visitantes que lhes permitam valorizar este património edificado.

Rota de Arte Urbana da Covilhã – O Roteiro de Arte Urbana da Covilhã pretendeu mapear os murais de elevada qualidade artística existente no concelho. Foram selecionadas intervenções murais realizadas por artistas urbanos de renome nacional e internacional, muitos deles executados no âmbito do WOOL – Covilhã Arte Urbana, mas não só. O objetivo principal do Roteiro de Arte Urbana da Covilhã passou por consolidar um dos principais polos de interesse turístico da cidade, dotando de conteúdos as intervenções artísticas e facilitando a sua compreensão e valorização

No dia 3 de junho teve lugar uma masterclass onde foram apresentadas performances audiovisuais que se distinguem por envolverem estéticas alternativas e serem tecnologicamente inovadoras, por se descentrarem do performer e se expandirem a outros meios, nomeadamente o som e a imagem. Foi efetuada uma trajetória histórica e criativa da performance audiovisual que identifica e discute o percurso dos movimentos artísticos associados à performance, contextualizando as performances audiovisuais contemporâneas na história e nas linguagens dominantes desta arte, e focando-se nas abordagens que recorrem aos meios sonoro e visual.

Com a peça audiovisual em formato performativo em tempo real, celebrou-se a memória da cidade, o seu património urbano, arquitetónico, paisagístico e etnográfico, proporcionando uma experiência de imersão na cultura e património deste município.

Esta peça audiovisual foi constituída por registos sonoros e em vídeo que representaram e reinterpretaram o território, em formato intermédia, um formato assumido como uma atitude, uma possibilidade, um processo e uma leitura entre as artes visuais e a performance, ou entre a poesia visual e a sonora.

A peça foi desenvolvida num duplo sentido: os lugares que integram o território da Covilhã enquanto elementos que procuram refletir sobre a memória e a identidade destes; e o património cultural e histórico enquanto espaço de memória que lembra e imagina outros possíveis lugares. Neste sentido a peça estruturou-se num exercício de reconhecimento e de reflexão sobre um território específico, procurando conceber novas representações audiovisuais do mesmo.

Através do Movimento e do Conto realizaram-se visitas sensoriais e participativas ao Museu dos Lanifícios da Universidade da Beira Interior, de 21 a 24 de junho, numa iniciativa intitulada “Dançar no Museu”.

As três primeiras sessões foram dedicadas às escolas e contaram com a participação de alunos e professoras e a quarta sessão foi aberta à comunidade, tendo contado com a participação dos visitantes do Museu.

Henrique Moura, ex-aluno de cinema da Universidade da Beira Interior criou um documentário sobre o espaço onde hoje se encontra o New Hand Lab, tendo contado a história da fábrica, apresentado registo de trabalhadores ainda vivos e respetivo enquadramento do cluster da lã da tradição dos lanifícios, no território ao longo dos anos. Desta forma o projeto-documentário, permitiu a criação de um trabalho artístico prático, bem como do registo de uma das memórias que marca a identidade do território.

A sua apresentação pública deste documentário teve lugar no dia 2 de julho, no New Hand Lab.

Abril a julho de 2022, Centro Histórico e Espaço Público, na Covilhã

PROVOCAR A PAISAGEM: Chamada a participação/Call aberta a artistas das CIM’s dos 3 municípios parceiros [CIRA (11 municípios) e CIM BSE (15 municípios)].

A Covilhã ficou com a instalação artística “TriângulAÇÕES” da autoria de Marzia Bruno, que esteve em exibição na entrada da Rua 1º de Dezembro, atrás da Câmara, de 9 a 18 de julho de 2022.

“TriângulAÇÕES” foi pensada com o intuito de se inserir no espaço através da interação da luz e da sombra, dando vida aos reflexos e às texturas. Na simbiose entre o céu, a terra e a água, através de uma composição com espelhos em estrutura triangular, é refletida a paisagem, o espetador e o céu, que a italiana Marzia Bruno considera serem os pilares de vida da paisagem, que pretende homenagear. A forma geométrica do triângulo reflete simbolicamente os três territórios: Aveiro, Covilhã e Estarreja, além de representar a montanha, as altitudes, as subidas, as descidas, os caminhos, os trilhos, as margens, a vegetação típica que desenha as características do território da Covilhã.

A peça artístico-escultórica teve curadoria de Rachel Caiano, no âmbito da Ação “Provocar a Paisagem” do projeto DENT – Descobrir e Experienciar Novos Territórios - Programação Cultural em Rede (Parceria Estratégica dinamizada pelos Municípios de Aveiro, Estarreja e Covilhã).

Através desta Ação, os artistas Marzia Bruno, residente em Aveiro, Fernando Aranda, residente na Covilhã, e Mário Afonso, residente em Estarreja, desenvolveram um diálogo artístico sobre territórios que não são os seus, trabalhando através da prática artística os conceitos de território, paisagem, natureza e a relação do Homem com o lugar. Os artistas selecionados deram início ao trabalho de investigação e pesquisa, fazendo visitas conjuntas aos três territórios e trazendo para o processo criativo esse diálogo e confronto entre os diferentes espaços, o corpo e o tempo.

Do mesmo modo, as peças criadas pelos outros dois artistas estiveram em itinerância, até ficarem definitivamente localizadas em cada uma das cidades do Projeto.

A 12 de agosto, a cidade da Covilhã recebeu a exposição do conjunto das três peças de Marzia Bruno, Fernando Aranda e Mário Afonso.


No dia 17 de setembro, o Estado do Mundo (Quando Acordas) colocou em cena relações de causa-efeito entre pequenos gestos e grandes consequências. Edi é um rapaz de 8 anos com uma vida muito preenchida. Todos os dias consome e descarta muitas coisas, até que recebe um brinquedo/convite inesperado. Nesse momento, inicia uma viagem por um mundo invisível aos seus olhos, marcado pela crise climática. Num mundo desacertado, é preciso olhar para o passado e fazer com que tudo bata certo no futuro. O tempo está sempre a contar.
O Estado do Mundo (Quando Acordas) é o primeiro espetáculo de um díptico que se destina a pensar o estado do mundo – natural, político, geográfico, social, histórico, económico e humano.